TEOLOGIA SISTEMÁTICA


SÍNTESE DO ESTUDO DA HOMILÉTICA

*Homilética – É a ciência e a arte de pregar. É ciência por que ensina as leis que presidem a formação do discurso religioso; é arte pois adapta tal discurso às necessidades espirituais dos homens.



“Procura apresentar-te diante de DEUS aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, mas que maneja bem a palavra da verdade”. (2 Tm 2.15)

A última expressão deste versiculo (“que maneja bem a palavra da verdade”) responsabiliza o pregador da palavra de DEUS a falar bem a palavra. Este “falar bem” requer, além de conhecimentos hermenêuticos, exegéticos e históricos, também o conhecimento homilético, ciência que abrange tudo o que se relaciona com o discurso religioso, denominado pregação.

A pregação é a forma mais expressiva de disseminar o Evangelho de CRISTO, e ocupou lugar central no ministério terrestre de JESUS. O Senhor JESUS se identificou como pregador público quando vistou a sinagoga de Nazaré, afirmando que fora enviado a pregar boas novas aos pobres, a proclamar liberdade aos cativos, a anunciar o ano aceitável do senhor.(“Chegandoa Nazaré, onde fora criado; entrou na sinagogano dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaías; e abrindo-o, achou o lugar em queestava escrito: O Espirito do Senhor está sobre Mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor. E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos Nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta escritura aos vossos ouvidos.”)

Jesus foi um pregador itinerante. Seu púlpito era o lugar aonde chegava: Um monte, a tribuna (Bimar “hb”) de uma sinagoga ou a casa de amigos. Seu ministério não éra fixo: ia de vila em vila, de aldeia em aldeia e de cidade em cidade. No entanto, Ele é o mais glorioso pregador, arrastava após si multidões eletrizadas por seus sermões cheios de graça e autoridade divina; poder e graça lhe eram peculiares.

A primazia da pregação foi bem entendida pela igreja primitiva conforme nos mostram os seguintes textos:

“ E descendo Felipe à cidade de Sámaria, pregava-lhes a CRISTO. As multidões escutavam, unânimes, as coisas que Felipe dizia, ouvindo-o e vendo os sinais que operava; pois saíam de muitos possessos os espíritos imundos, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados; pelo que houve grande alegria naquela cidade.” (At 8.5-8)

“Como invocarão aquele em quem não creram? E como crerão na quele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Rm 10:14)

Definição de termos:

*Homilética – É a ciência e a arte de pregar. É ciência por que ensina as leis que presidem a formação do discurso religioso; é arte pois adapta tal discurso às necessidades espirituais dos homens.

*Homilia – “Camaradagem, companhia, conversa”. A palavra “homilética” veio da palavra “homilia”, que significa primitivamente uma conversação sobre assuntos religiosos durante a qual o dirigente interrogava o povo e era por este interrogado. Atualmente, chama-se homilia a exposição simples de um assunto religioso. Há também as palavras “homileo” e “homilos”, que estão ligadas ao termo homilética, significando “fala ou conversa prolongada entreamigos”. A homilética ou retórica sagrada é um ramo da eloquencia que, por sua vez, advém das belas artes e também tem por finalidade convencer, persuadir e firmar doutrinas nos ouvintes.

*Sermão – Vem do Latim “sermone”, traduzido “conversação”, um discurso religioso bem elaborado.

*Pregador – é aquele que profere os sermões ou homilias, seja ele teólogo ou leigo. No sentido bíblico, pregador é aquele que possui uma menssagem de DEUS e por ELE está dominado. O Apostolo Paulo se expressou da seguinte maneira: “Ai de mim se não anunciar o Evangelho.” (1 Co 9:16)

Outros termos que ajudam a compreender melhor a natureza da pregação:

*Evangelho – O mais frequente termo nas páginas do novo testamento. Significa boas novas, boas notícias. Não pode ser pregação Cristã aquela que não tem um claro anúncio da boa nova.

*Kerysso – Palavra que em nossa língua quer dizer “uma arauto”, que exerce serviço de arauto. Aparece aproximadamente 66 vezes no original grego, e sempre com significado de pregar. “ E indo, pregai dizendo: É chegado o Reino dos Céus.” (Mt 10.7)

*Dialegomai – Significa “discorrer, discutir, relacionar”; está implícito o sentido de argumentar com os outros. “Dialegomai” não só implica o anúncio simples e puro da boa nova, mas também na argumentação contra os adversários.

*Laleo – Traduzido em Português por “falar”. Juntamente com a palavra “logos”, o verbo “Laleo”, quer dizer “falar a palavra” ou, simplesmente, “Pregar”.

A importância da homilética

Sendo o conjunto de regras aplicadas ao discurso religioso, a homilética constitui uma das modalidades mais interessantes e imprecindíveis ao trabalho do obreiro evangélico na entrega da mensagem divina aos pecadores. O alvo é que compreendam a necessidade de arrependimento de seus pecados para que sejam novas criaturas, e alcancem os objetivos supremos da vida espiritual e cumpram alegre e concientemente a sua missão no mundo como testemunhas de CRISTO. A pregação deveria ser considerada a mais nobre tarefa que existe na terra, pois realmente é.

O que a homilética é?

a) Auxiliar no estudo da analise do texto bíblico

b) Auxiliar na esposição das idéias

c) A homilética aperfeiçoa a forma do dom já possuido, mas esse dom não se adiquire pelo estudo.

d) A forma homilética se faz atraente quando o orador sacro adquire pela experiência, um estilo própio de comunicar-se; as imitações tendem a deixar pregador sem estilo.

e) Homilética é uma palavra que tem muito a ver com o pregador. Ele precisa se indentificar com a mensagem que prega, e essa mensagem deve, primeiramente, falar com o pregador, isto é, trazer experiência à ele. A mensagem deve ser pregada com tal eficiência que os ouvintes compreendam o que fazer e sejam motivados para faze-lo.

f) A homilética conduz á experiência. Esse é o caminho do bom êxito: A prática do trabalho. O ideal é seguir praticando até preparar e apresentar um trabalho com facilidade e eficiência, começando com uma série de esboços em diferentes passagens da Bíblia

O que a homilética não é?

a) Não é um substituto para a vida espiritual

b) Não é um substituto do ESPIRITO SANTO

c) Não é a garantia de trabalho eficienti. Todas as vezes que subirmos ao púlpito, devemos ter a conciência de que somos mensageiros do Senhor; nunca devemos esquecer isto

Qualificações do mensageiro do SENHOR

a) Deve ser regenerado e ter experiência de vida Cristã abundante

b) Deve conhecer e amar a JESUS. Essa foi uma das exigências de JESUS a Pedro: “Depois de terem comido, perguntou JESUS a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe: sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos. Tornou a perguntar-lhe: Simão, Filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas. Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe JESUS: Apacenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais moço, te singias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queres. Ora, isto ELE disse, significando com que morte havia Pedro de glorificar a DEUS. E, havendo dito isto,ordenoulhe: segue-me.” (Jo 21.15-19)

c) Deve sentir amor profundo pelos perdidos e pelos irmãos (“Um novo mandamento vos dou: que vos amei uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vós vos amei uns aos outros.” Jo 13.34)

d) Deve conhecer a Bíblia e te-la como fonte de mensagens.

e) Deve gastar tempo em oração. JESUS foi o nosso melhor exemplo, pois ELE fazia vigílias sozinho, passando horas com DEUS.

f) Deve desenvolver uma vida de santidade e consagração.

g) Deve crer na eficiência do ministério que recebeu do Senhor JESUS CRISTO (“ Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em CRISTO JESUS; e o que de mim ouvistede muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para tambem ensinarem os outros. Sofre comigo como bom soldado de CRISTO JESUS. Nehum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida, afim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E também se um atleta lutar nos jogos púplicos, não será coroado se não lutar legitimamente. O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos. Considera o que digo, por que o Senhor te dará entendimento em tudo. Lembra-te de JESUS CRISTO, resurgido dentre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho, pelo qual sofro a ponto de ser preso como malfeitor; mas a palavra de DEUS não está presa. Por isso, tudo suporto por amor dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que há em CRISTO JESUS com glória eterna. Fiel é esta palavra: Se, pois, já morremos com ELE, também com ELE viveremos; se perseveramo, com ELE também reinaremos; se o negarmos, também ELE nos negará; se somos infiéis, ELE permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo. Lembra-lhes estas coisas, conjurando-os diante de DEUS que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam, senão para subverter os ouvintes. Procura apresentar-te diante de DEUS aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” 2 Tm 2.1-15) (“E dizei a Arquipo: Cuida do ministério que recebestes no Senhor, para o cumprires.” Co 4.17)

h) Inspiração que lhe garanta o elemento profético na predica.

i) Sinceridade, pela qual o pregador alcança a simpatia dos ouvintes. A sinceridade deve ser um dos traços básicos de um pregador, pois nada irá afastarmais depressa uma congregação do que o fato de os menbros considerarem o pregador um hipócrita e, por outro lado, nada irá tornar um auditório mais receptivo ou mais disposto do que a sinceridade por parte do orador (“Fiel é esta palavra e digna de toda a aceitação; que CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o principal” – Tm 1.15)

j) Deve ter entusiasmo, que gera a coragem de falar de nossas convicções mesmo que o emprego ou a vida estejam em risco. João Batista mostrou essa determinação quando disse a Herodes que não tinha direito à esposa do irmão (“Pois Herodes havia prendido a João, e, maniatando-o, o guardara no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Felipe; porque João lhe dizia: não te é lícito possuí-la.” – Mt 14:3-4)

k) Deve ter senso do fardo; pregar não é algo facil como muitos imaginam, é um trabalho exaustivo.

l) Deve ter humildade . A primeira bem – aventurança declara : “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.” Mt 5.3). Esse tipo de pobreza de espírito significa o conhecimento de nossas limitações.

m) Deve ter mansidão, outra pedra fundamental no caráter do ministro. É preciso ver o exemplo da mansidão de Moisés (“Ora, Moisés era homem mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.” – Nm 12.3)



*Em Breve continuidade deste assunto .................................................




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INTRODUÇÃO A BIBLIOLOGIA


Capitulo 1

A Bíblia sagrada

Bibliologia (do gr. Biblios, rolo ou livro, + gr. Logia, estudo): é a parte da teologia sistemática que estuda sobre origem, formação, inspiração, autoridade e confiabilidade das sagradas escrituras, como a infalível palavra de DEUS.

A palavra Bíblia deriva do vocábulo grego biblios, que significa rolo ou livro, (“E foi-lhe dado livro do profeta Isaías. Ao abrir o livro....” – Lc 4:17); portanto, o vocábulo Bíblia designa um conjunto de 66 livros pequenos. Eles são divididos em Antigo e Novo testamento, formado por 39 livros no (AT), e 27 livros no (NT), respectivamente. Quem primeiro ligou este vocábulo, Bíblia, às sagradas escrituras, foi João Crisóstomo, que no século IV era patriarca em constantinopla.

A Bíblia é a revelação de DEUS à humanidade, é a vontade de DEUS escrita, que contém o que o Senhor requer do homem, o que o homem precisa ser e fazer para chegar até o criador. Está tudo revelado na Bíblia: O que o ser humano precisa é conhecê-la pela fé, pois seu tema central é a salvação mediante a fé em JESUS CRISTO.

Alguém disse certa vez: “ A Bíblia é DEUS falando ao homem, DEUS falando através do homem, DEUS falando como homem e DEUS falando a favor do homem; mas é sempre DEUS falando”.

Origem da Bíblia

A Bíblia como um todo

Os homens, inspirados por DEUS, levaram cerca de 1.600 anos para escrever a Bíblia.

Provavelmente, o texto mais antigo seja o cântico de Débora, que se encontra no livro de Juízes (Jz 5), escrito 14 a.C. quando os hebreus chegaram a canaã, por volta do século 13 a.C, já havia na terra um certo desenvolvimento literário, como por exemplo, o alfabeto fenício (do qual se derivou o hebraico), que já existia no século 14 a.C.

O antigo testamento foi escrito na maior parte em hebraico com curtas passagens em aramaico, e o novo testamento foi escrito em grego (não o clássico, mas a língua comum do povo, chamado de “Koiné”). A palavra testamento quer dizer “aliança” ou “Pacto”; então, na Bíblia, ha duas aliancas feitos por DEUS com o homem. No antigo, o pacto da lei, feito no monte sinai, em que seu representante é Moisés. No novo testamento temos a aliança da graça por meio de JESUS CRISTO, firmado no monte calvário. O livro mais recentemente escrito no novo testamento foi apocalipse, por João, provavelmente em 96 d.C.

A Bíblia possui quarenta escritores, entre os quais reis, príncipes, poetas, filósofos, profetas e estadistas. Oriundos de diversas classes sociais, alguns eram instruídos em todos os estudos da época, enquanto outros eram pescadores sem cultura. Apesar de possuir vários escritores de classes diferentes, instruções diferentes, de tempos diferentes ela não se contradiz em nenhum momento, não possui antagonismo é harmonica, pois havia um único cérebro comandando e inspirando seus escritores que foi DEUS o único autor da Bíblia.

O CÂNON SAGRADO

Cânon (do heb. Kannesh, vara de medir; do gr. Kanón e do lat. Cânon, com o mesmo significado) denota um padrão de medida exelente e rigoroso. O emprego do termo foi primeiramente aplicado aos livros da Bíblia pelo filósofo grego Orígenes (185 – 254 d.C.) e é usado para designar o conjunto de obras reconhecidas formalmente como inspiradas por DEUS.

O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO

O Cânon do Antigo Testamento foi formado em cerca de 1.046 anos, de Moisés até Esdras. Os últimos escritores foram Neemias e Malaquias, mas Esdras, como escriba e sacerdote, reuniu os derradeiros livros.

Moisés, por exemplo, começou a escrever o pentateuco cerca de 1491 a.C.; já Esdras surge por volta de 445 a.C.

Segundo a literatura judaica, Esdras presidiu um conselho formado por 120 membros chamado grande sinagoga, que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando naquele tempo o fechamento do Cânon das escrituras do antigo testamento. Foi esta entidade que reorganizou a vida religiosa nacional dos repatriados e, mais tarde, deu origem ao supremo tribunal Judaico denominado Sinédrio. Tanto a Igreja Cristã como a comunidade judaica reconhecem formal e expressamente o Cânon do Antigo Testamento como inspirados por DEUS.

Os livros da Bíblia foram colocados em sequência pelos assuntos tratados e pelo estilo literário de cada um, e não em ordem cronológica. A divisão do primeiro Cânon está assim:

Lei – 5 (Pentateuco) / Poéticos - 5

Históricos – 12 / Proféticos – 17





O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

A Igreja Cristã crê, sem sombra de dúvidas, que foi o ESPIRITO SANTO quem inspirou e orientou os escritores neotestamentários. Os Cristão primitivos acreditavam que a volta de JESUS seria breve; logo, não se preocuparam em registrar todos os acontecimentos relacionados a CRISTO e seus sublimes ensinamentos. O novo testamento foi surgindo sem organização, sendo reunidos os ensinos de JESUS e os fatos de seu ministério, os atos dos apóstolos, as epístolas paulinas e gerais, além do livro de Apocalipse.

Os estudiosos acordam que o primeiro livro do novo testamento foi, 1ª Tessalonicenses, escrito pelo Apóstolo Paulo em 52 d.C; já a 2ª Carta a Timóteo tem data de 67 d.C., um pouco antes de Paulo ser martirizado em Roma. É questão também muito aceitavel entre os eruditos que os Evangelhos sinópticos foram escritos entre 60 e 65 d.C. portanto, quase todas as epístolas foram escritas entre os evangelhos de Lucas e João. As epístolas de Hebreus a Judas foram escritas entre os anos 65 e 90 d.C., no reinado do imperador romano Domiciano.

O Cânon do novo testamento foi reconhecido e fixado no III Concílio de Cartago em 397 d.C. Durante esse concílio os 27 livros que compõe o novo testamento foram reconhecidos formalmente como inspirados por DEUS.

A Igreja não deu altoridade canônica aos livros, apenas reconheceu esta autoridade que ja estava estabelecida em outras bases consideradas suficientes. Eram cinco bases usadas no novo testamento para tornar um livro com altoridade canônica:

1) Apostolicidade: O livro deveria ter sido escrito por um dos Apóstolos ou por autor que tivesse relacionamento com um dos Apóstolos que conheceu JESUS de perto. (Imprimatur: palavra latina que significa imprima-se; com ela se expressa a autorização para imprimir algum livro ou outro documento de caráter religioso).

2) Universalidade: Quando era impossível demostrar a autenticidade apostólica; o critério de uso e circulação do livro na comunidade cristã universal era considerado para sua aferição canônica. O livro deveria ser aceito universalmente pela igreja para receber o seu Imprimatur.

3) Conteúdo do livro: O Livro deveria possuir qualidades espirituais e qualquer ficção que fosse encontrada tornava-o inaceitável.

4) Inspiração: deveria possuir evidências de inspiração.

5) Leitura em público: nehum livro seria admitido para leitura pública na igreja se não possuísse características própias. Muitos livros eram bons e agradáveis para leitura particular, mas não podiam ser lidos e comentados publicamente, como se fazia com a lei e os profetas na sinagoga. É a esta leitura que Paulo exorta Timóteo a praticar (1 Tm 4:13).

O Cânon do novo testamento é dividido assim:

Evangelhos – 4

Históricos (Atos) – 1

Epístolas – 21

Profético (Apocalipse) – 1

Juntos, Antigo e Novo Testamento estão divididos em sete grupos a seguir:

*Históricos: elevação e queda da nação Hebraica

*Poéticos: literatura da idade de ouro da nação

*Proféticos: literatura do período de trevas da nação

*Evangelhos: o Homem que a nação ganhou

*Atos: o início do Reino de CRISTO sobre todas as nações

*Epístolas: ensinando os pincípios de CRISTO

*Apocalipse: plano do domínio universal de CRISTO

Capítulo 2

Os Livros Apócrifos

Apócrifo significa, literalmente, escondido, oculto, não genuíno. Alguns estão na Bíblia da edição Católica Romana, que possuem sete livros a mais, perfazendo um total de 73 livros em relação à edição protestante, além de textos acrescidos aos livros inspirados de Daniel e Ester.

Os apócrifos foram escritos por judeus durante um período de quatrocentos anos em que esteve silenciosa a voz da profecia. Foram adicionadas à Septuaginta, que é a versão grega do Antigo Testamento, feita em Alexandria, durante esse período. Como não se encontravam no Cânon hebraico do velho Testamento, os judeus nunca os consideraram como inspirados por DEUS.

Quando Jerônimo traduziu a versão Católico – Romana da Bíblia, chamada de Vulgata Latina, no século V (405 d.C.), não utilizou o verdadeiro Cânon hebraico, mas a Septuaginta, consequentemente incluindo os apócrifos. A escolha desta versão grega foi exigência do papa, mas o própio Jerônimo faz distinção entre os apócrifos e os canônicos, alertando que não deveriam ser utilizados para “estabelecer qualquer doutrina”.

Eram dez livros apócrifos (Além dos acréscimos a livros inspirados), totalizando quatorze escritos inseridos no cânon hebraico. Mas, no concilio de trento, convocado pela igreja Romana em 18 de Abril de 1546, foram adotados apenas sete livros apócrifos mais os enxertos. Entretanto, os quatorze escritos são mantidos pela igreja Ortodoxa Grega até hoje.

JESUS CRISTO não citou nem reconheceu nenhum dos apócrifos, seguido pelos apóstolos e pela igreja primitiva. Quando comparados aos tradicionais, revelam grande inferioridade, motivo pelo qual não podem ser incluídos entre as esrituras sagradas. Os livros apócrifos são:

1. Tobias

2. Judite

3. Sabedoria de Salomão

4. Eclesiástico

5. Baruque

6. I Macabeus

7. II Macabeus





Os quatro acréscimos ou apêndices aos livros inspirados, são:

1. Ester (Acréscimo a Ester, 10.4 – 16.24)

2. Cântico dos três santos filhos (acréscimo a Daniel, 3.24 – 90)

3. História de Suzana (acréscimo a Daniel, 13)

4. Bel e o Dragão (acréscimo a Daniel, 14)

Erros Doutrinários nos livros Apócrifos

Após o Concilio de trento, dos quatorze apócrifos inseridos no Cânon hebraico, a igreja Romana rejeitou três: III Esdras, IV Esdras e a Oração de Manassés. A igreja protestante ou evangélica, que baseia sua única regra de fé e conduta na palavra de DEUS, sempre rejeitou os apócrifos, e, como os pais da fé, nem sequer os considera inspirados. Apenas a igreja romana, para deter o movimento protestante, deu lugar a esses livros cheios de erros, contradições e heresias.

Alguns erros dos Apócrifos

Justificação pelas obras – Eclesiastico 3:33; Tobias 4:7-11

Mediação dos Santos – Tobias 12:12

Os fins justificam os meios – Judite

Oração dos Mortos atendida – Baruque 3:4

Oração pelos Mortos – 2 Macabeus 14:41 – 46

Não se julgam inspirados – 2 Macabeus 15:38, 39; 2:25 – 33

Permite crueldade com os escravos – Eclesiástico 33:26, 28, 30

Incentiva o ódio aos Samaritanos – Eclesiástico 50:27, 28

Doutina estranha sobre a origem e destino da alma – Sabedoria 7:25; 8:19, 20

Doutrina de que o corpo é a prisão da alma – Sabedoria 9:15

Superstição – Tobias 6:7, 19

Paixão de um espirito mau por uma mulher e prática de feitiçarias – Tobias 8:1 – 3

As esmolas com poder de livrar a alma da morte e perdoar pecados – Tobias 12:8, 9.





Outros Livros Apócrifos

Existem, ainda, outros livros apócrifos, chamados de pseudoepígrafos, que são relacionados tanto com o antigo testamento quanto com o novo testamento. Nunca foram reconhecidoscomo canônicos ou inspirados por igreja nenhuma.

A exemplo dos citados acima, também são cheios de histórias absurdas, erros, contradições e heresias. Eles são os seguintes: Terceiro livro dos Macabeus, Quarto livro dos Macabeus, Livro de Enoque, Os segredos de Enoque, O livro dos jubileos dos Israelitas (Ou pequeno Gênesis), Os testamentos dos Doze Patriarcas, Os oraculos Sibilinos, Os Salmos de Salomão, As odes de Salomão, O Apocalipse Siríaco de Baruque, O Apocalipse Grego de Baruque, A Assunção de Moisés, A Assenção de Isaías, O evangelho segundo os Hebreus, O Evangelho segundo S.Tiago, Evangelho de Maria Madalena, Evangelho de Tomé, Evangelho de Felipe, Evangelho Árabe da infância de JESUS, Evangelho do pseudo – Tomé (Atribuido à Tiago), Evangelho da morte e assunção de Maria, Os atos de Pilatos, Os atos de Paulo e Tecla, Os atos de Pedro, Atos dos Doze Apóstolos, Epístola de Pilatos a Herodes, Epístola de Pilatos a Tibério, Epístola dos Apóstolos, Epístola de Pedro a Filipe, Epístola de Paulo aos Laodicenses, Terceira epístola aos Corintios, Epistola de Aristeu, Epístola de Barnabé, Apocalipse de Tiago, Apocalipse de Pedro, Apocalipse de Estevão, Apocalipse de Elias, Apocalipse de esdras, Apocalipse de Sofonias, Livro A Filha de pedro, Descida de CRISTO aos infernos, Declaração de José de Arimatéia e a vida de Adão e Eva.

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Capitulo 3

A inspiração das Escrituras

As escrituras sagradas, como um todo, são verbalmente inspiradas por DEUS, portanto infalíveis e única regra de fé e conduta do Cristão na face da terra. Por maiores que sejam nóssos conhecimentos intelectuais, científicos, filosóficos e históricos, a Bíblia está acima de todos e nada a pode substituir. A inspiração divina é o que faz a diferenciação da Bíblia em relação aos demais livros: é o mais vendido, o mais lido, o mais traduzido, o mais antigo, e entretanto, o mais atual.

A razão humana, a igreja e a palavra de DEUS são os três tipos básicos de autoridade religiosa, nesse tempos modernos.

Atualmente, a razão humana, talvez, tem se destacado como a principal forma de autoridade. Precisamos agir com razão e intelecto, mas quando isso digladia a autoridade da palavra, torna-se racionalismo, e não podemos querer que nossa vida seja regida por autoridade racionalista humana, mas sim pelo própio DEUS.

O que é Inspiração

Segundo o Dicionário bíblico Universal, a palavra inspiração deriva de in spiro, “soprar para dentro, insuflar”. Aplica-se na escritura não só a DEUS, como autor da inteligência do homem (“Na verdade, ha um espirito no homem, e a inspiração do todo poderoso o faz entendido” – Jo 32:8), mas também a própiaescritura, como “Inspirada por DEUS” (“Toda a escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” – 2 Tm 3.16).

A inspiração é a influência do ESPIRITO SANTO sobre os escritores da Bíblia, para que tudo o que escreveram fosse exatamente o que DEUS desejou revelar ao homem. Nenhum escritor da Bíblia dependeu de sua própia sabedoria ou intelecto para escreve-la, mas apenas da inspiração do ESPIRITO SANTO (“Sabendo primeiramente isto: Que nenhuma profecia da escritura é de particular interpretação. Por que a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de DEUS falaram inspirados pelo ESPIRITO SANTO”. 1 Pe 1:20 – 21)

"Em breve estaremos colocando, a continuação deste assunto"